Home / Acontece / Textos e Reflexões

A Solidão do Criador

    No livro “Os segredos do pai nosso, a solidão de Deus,” Augusto Cury apresenta-nos um estudo psicológico da oração mais conhecida do mundo. O autor nos mostra vários segredos da oração do pai nosso ensinada por Jesus a seus discípulos. Jamais palavras tão simples tiveram tanta profundidade.

    Esse modelo de oração ilustra como devemos orar e não prescreve, necessariamente, as palavras a serem usadas. Os judeus não se dirigiam diretamente a Deus como pai, mas usavam esse título pessoal para descrever a relação de Deus com Israel, ou para referir-se a ele como Criador. Pai nosso era um título novo, criado por Jesus que escolheu o termo “ABA” que expressa maior intimidade, como “PAPAI.” Jesus sempre se referiu a Deus como pai, vejamos: “Eu testifico de mim mesmo e o pai que me enviou também testica de mim. E vós não me conheceis a mim nem a meu pai” (Jo 8: 18,19). “Eu falo das coisas que vi junto de meu pai, vós porém fazeis o que vistes em vosso pai. Então lhe responderam: nosso pai é Abraão” (Jo 8:39). E na oração sacerdotal Jesus exclamou dizendo: “Pai, é chegada a hora, glorica a teu filho, para que o filho te glorifique a ti” (Jo 17:1). “Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste para que eles sejam um, assim como nós” (Jo 17:11).

     Veja que na oração dominical Jesus não disse “Deus nosso que estás no céu” ou “Deus todo poderoso nosso que estás no céu, mas disse simplesmente, “Pai nosso.” Segundo Cury, a palavra PAI implica uma relação de intimidade entre o que gera e os que são gerados. Não há pai sem filhos, nem filhos sem pai.

     Por fim, para Augusto Cury, a oração do pai nosso reflete o clamor do Criador do universo procurando uma relação íntima e aberta com a humanidade. Para esse pesquisador, o primeiro segredo da oração do pai nosso é que Deus é o ser mais poderoso do que qualquer religião jamais imaginou, mas é um Deus solitário e como pai é incompleto, falta-lhe algo: precisa de filhos. Mostrou que é vítima da mais complexa solidão. Que o nosso pai nos abençoe. Amém!

JOANES ALVES DE LIMA

Ver todos os textos e reflexões.