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A VIDA DE QUEM AMA MISSÕES

   u era professor na Faculdade Teológica Batista de S. Paulo, m da década de setenta, prestes a entrar nos Emeus trinta anos. Na capela da Faculdade falou-nos Helena Bagby Harrison, lha do casal Bagby, iniciador do trabalho batista entre brasileiros. Bem idosa mesmo. Desde sua gura física até o m de sua palavra quei totalmente desnorteado. Ela contou a história de seus pais, como sua mãe morrera, em um vôo, e o piloto, que fora seu aluno, retornou com o avião, dizendo que morrera uma princesa a bordo, “a Princesa dos Batistas Brasileiros”. Contou ainda outros eventos e eu fui diminuindo de tamanho, enquanto a ouvia. Diante de mim estava uma pioneira, lha de pioneiros, cuja vida toda foi em função da evangelização do Brasil. Profundamente comovido, fazendo força para não chorar, entreguei-lhe o que tinha na mão, um comentário sobre os profetas menores, escrito por Crabtree (eu o usaria para uma citação na aula sobre Obadias), e pedi que ela autografasse. Guardo este livro com carinho especial: tem o autógrafo de Helena Bagby Harrison, uma gigante da obra missionária. Aquela palavra foi muito signicativa para mim. Eu estava em fase de decisão. Continuaria no ministério? Valia a pena insistir em uma atividade pouco rendosa, do ponto de vista material, enfrentando ovelhas problemáticas e convivendo com colegas de ministério com os quais não simpatizava, mas com quem tinha que trabalhar? Não seria melhor fazer outra coisa na vida? A fala calma e lenta de uma senhora idosa cuja vida toda girara em função da evangelização do Brasil me respondeu: SIM, VALIA A PENA! Era uma anciã realizada, lha de pais legendários, ela mesma uma legenda. Gente realizada porque envolvida com missões. Helena Bagby Harrison me sinalizou que uma vida dedicada à evangelização e missões vale a pena. Muitos crentes levam vidas insípidas, são insatisfeitos e sempre buscam algo mais. Alguns pulam de doutrina em doutrina, de igreja em igreja, apegam-se a detalhes teológicos e questões eclesiásticas com um vigor incomum. Muitas vezes apenas uma tentativa de encontrar sentido para sua vida espiritual. Precisam de uma causa, dentro da Causa, para se realizarem. Paixão por evangelização e missões dá sentido à vida espiritual. Primeiro, porque é produto de experiência com Deus: “não podemos deixar de falar das coisas que temos visto e ouvido” (At 4.20). Depois porque é produto de paixão pelo evangelho de Jesus. É o desejo de que todos experimentem a salvação que há no Filho de Deus. Há gente apaixonada por Tillich, por Barth, por Calvino, mais do que pelo Cristo Crucicado: “Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucicado” (1 Co 2.2). Li a biograa de Bagby quando era moço. Impressionou-me sua paixão pela evangelização do Brasil e sua imensa capacidade de trabalho. Ouvindo sua lha, já anciã, dar testemunho da vida dos pais, cou-me a certeza: a vida comprometida com o evangelho de Jesus, ocupada com evangelização e missões, é uma vida rica, cheia de sentido. Ter coração missionário não faz bem apenas ao mundo sem Cristo, que é evangelizado. Faz bem ao próprio crente. Ele se realiza em fazer a vontade de Deus, anunciando o evangelho. “São formosos os pés dos que anunciam o evangelho” (Rm 10.15). Não são menos formosos os pés do que promovem missões, amam missões, oram por missões, contribuem para missões. São pessoas assim que provêm o sustento nanceiro e espiritual dos missionários. Os Bagby gastaram suas vidas pela evangelização do Brasil. Felizes os que amam, abençoados os que fazem e os que sustentam missões. No campus do Seminário Teologico Batista do Norte do Brasil (STBNB), estão os restos mortais destes pioneiros da evangelização do Brasil Batista. Eles depois de mortos ainda falam! E quanto a nós, amados irmãos o que se dirá? Hoje, no culto da noite abriremos a campanha de missões estaduais, cujo tema é: “ERU ME IMPORTO COM PERNAMBUCO” (Isaias 41.18 b), nos conclama e desaa para irmos ao ALTO PAJEÚ, no sertão da nossa terra. O Alvo de da campanha de missões é de 550 mil reais, a ser levantado até o dia 28 de junho do ano em curso. A nossa amada PIB que ama missões, pois a obra do coração de Deus (João 3.16; Rm 5.8), e se unirá aos esforços dos batistas de Pernambuco para ultrapassarmos o alvo. Amados Deus conta conosco, pois “os campos estão brancos para a ceifa” (João 4.35 b). É de Jesus o apelo: “Rogai ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua seara!” (Mt. 9.38; Lc10.2). Que inspirados por exemplos como este dos pioneiros que deixaram seus Países, familiares e amigos vieram evangelizar a nossa nação, igualmente, doemos as nossas vidas através das orações e das ofertas a obra missionária; e, indo aos campos se chamados pelo Senhor da seara. Amem. Pr. Antonio Sérgio de A. Costa

PR. ANTONIO SÉRGIO

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