Gabinete do Amor
Pastoral - Gabinete do Amor
Ainda que eu falasse com propriedade sobre temas intrincados, como economia e geopolítica, e não tivesse amor, seria como um cão que ladra ou como o som de panelas batendo.
E ainda que tivesse o dom de prever o fim de todas as coisas e, pela minha eloquência, pudesse mudar os rumos de quem se desvia para a direita ou para a esquerda, e não tivesse amor, nada seria.
Ainda que doasse o meu salário pra tirar o país da crise e me engajasse de corpo e alma na melhor das causas, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é paciente, é benigno. Não arde em ciúmes por ídolos, pois o amor genuíno não é idólatra. Não se ufana, nem se ensoberbece, mesmo quando milita no lado vencedor.
O amor não é mal-educado, seletivo, não incita o ódio contra pessoas ou instituições, não demoniza os que pensam diferente.
Não folga com as fake-news (incluindo as que reforçam a sua opinião), mas folga com a verdade.
Quando eu era menino, falava como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, aprendi a expor minhas ideias sem a necessidade de escrachar o semelhante ou a coletividade.
Agora temos um conhecimento parco sobre tudo, de modo que a humildade me permite examinar, reter o que é bom e nunca me sentir o dono da verdade. No dia em que estivermos perante a Luz é que vamos saber o tamanho da nossa ignorância.
Agora restam três: A fé (que o amor é possível), a esperança (que o amor vai vencer) e o amor, que é o único caminho pra concretizar os nossos sonhos mais excelentes.
Que ele venha, portanto, prevalecer sobre tudo e sobre todos nós.
É a ordem do dia deste nosso gabinete do amor.
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Pastor Ivan Caeiro